Na passada 5ª feira à noite a Goldman Sachs (GS) parece ter salvo o BES e o mundo.
Os sinais de problemas que o GES e o BES emitiram abalaram o mercado financeiro mundial durante todo o dia 10 de Julho. Contudo a nota emitida pela GS ao final do dia, dizendo que não havia motivo para preocupação acalmou os mercados.E porquê?
A primeira pergunta a fazer é porque terá sido necessário a GS falar? Porquê que apesar do BdP e do BCE estarem envolvidos no tema só o comunicado da GS fez com que o problema não escalasse a nível mundial?
Porque infelizmente, o clima regulatório da Europa carece de estabilidade e confiança do público. Os mercados financeiros necessitam de alguma orientação com credibilidade e o que ficou demonstrado na 5ª feira é que os mercados acreditam mais na GS do que no BdP e no BCE.
A crise da passada quinta-feira começou quando a Espirito Santo International não fez alguns pagamentos de dívidas. A ES International é uma grande empresa holding que detém, entre outras coisas, o Banco Espírito Santo (BES).
Apesar do BES ser relativamente pequeno à escala global, é um peso pesado em Portugal. O pior é que é grande o suficiente para que o governo Português, profundamente endividado, não tenha capacidade de resgatar o BES. Foi por isso que o medo de “contágio” surgiu tão rapidamente.
A União Europeia estabeleceu a fiscalização financeira conjunta em 2011. A Autoridade Bancária Europeia tem vindo a realizar “testes de stress” que, supostamente, são para descobrir esses problemas.
Quando se teme que um banco, representando apenas 0,3% do total de ativos bancários da zona euro, possa abalar os mercados financeiros de todo o mundo, mesmo por um curto período de tempo, algo não vai bem.
E o que não vai bem é a confiança. As pessoas, obviamente, não têm confiança na UE para supervisionar as suas próprias instituições financeiras.
Felizmente, a Goldman Sachs emitiu um boletim ao final do dia de 5ª feira, 10 de Julho, dizendo que os problemas do Grupo Espírito Santo são menores e não deverá ter implicações sistémicas.
Essa mensagem foi suficiente para acalmar os mercados, por agora, mas este episódio ainda é preocupante. O sistema bancário da Europa permanece frágil e ainda não há um acordo de topo em como mantê-lo estável, ou como ser capaz de parar uma crise maior.
Mas mesmo a Goldman Sachs tem limites.