Esta é a expressão usada para que bancos enormes façam disparates como os de 2007 nos EUA, e depois um pouco por esse mundo fora.
Aparentemente essa crença também se espalhou aos países. Dizia há 2 ou 3 anos atrás, então em Paris, o Eng. José Sócrates que as dívidas soberanas não são para se pagar.
O Syriza acredita nisso. Mas estamos a um passo da falência da Grécia. Não será bom para ninguém, mas será mesmo muito pior para o povo Grego.
Esta síndrome da invulnerabilidade devido ao status ou ao tamanho tem uma longa tradição. Os romanos também acreditavam que o seu império nunca acabaria.
Mas a história diz-nos que não é assim. Chega sempre o momento em que o desequilíbrio se torna impossível de sustentar. Foi assim com a Lehman Brothers, foi assim com a Singer (no início do século XX tinha cerca de 150.000 empregados), foi assim com todos os grandes impérios e será assim com a Grécia se não ajustar as despesas às receitas.
O desequilíbrio é sempre a causa das rupturas. Quando se fala em austeridade para se convencer a população de que isso é um mal, está-se a cometer uma desonestidade intelectual.
Esta desonestidade advém do facto de que é impossível manter desequilíbrios entre despesas e receitas por muito tempo. Basta experimentarmos com o nosso orçamento doméstico e, de seguida, entraremos num período de “austeridade”, isto é, de ajuste forçado por termos gasto mais do que ganhamos. Dou um exemplo amplamente conhecido, quer por ganhar muito, quer por gastar mais ainda e por isso já faliu um par de vezes, Elton John. Passou por períodos de “austeridade” até que consegui equilibrar as despesas com as receitas.
Voltando ao título deste artigo, podemos ainda descubrir outros desequilíbrios que diariamente encontramos:
- To Big to Listen: quandos as empresas se tornam demasiado grandes e deixam de ouvir os clientes. Só ouvem os gestores e accionistas. Mais cedo ou mais tarde perdem clientes e rentabilidade, a não ser que sejam monopólios ou oligopólios, como os de cá da terrinha;
- Too Big to Care. Aqui há vários exemplos:
- Quando os sindicatos estão mais interessados em si próprios e se estão nas tintas para os clientes que lhes pagam os salários: Metro, Carris, CP, TAP, Fenprof, …
- Quando os hospitais se tornam tão grandes que se “perdem” os doentes. Nestes casos é o voluntarismo dos funcionários que resolve o problema dos pacientes.
No dia 5 de Julho veremos o que o povo Grego decide. Se continua na ilusão de que pode manter os desequilíbrios ou se “cai na real” e opta pelo ajuste.